Desde o dia 2 de maio está em funcionamento, nos dois sentidos das vias da avenida Duque de Caxias, o corredor exclusivo para deslocamento do transporte coletivo. No trajeto entre as avenidas Presidente João Goulart e Pinheiro Machado o trânsito no corredor é permitido somente para os ônibus. Já da Pinheiro Machado até a avenida Cidade de Lisboa, o tráfego é compartilhado. Em nenhum dos pontos é permitido o estacionamento de veículos junto ao meio-fio. Entretanto, a realidade encontrada ainda não é essa. Apesar dos avisos e da sinalização, é comum encontrar carros, motos e até charretes paradas no local proibido.

Pontos próximos a lotéricas, bancos e farmácias são os mais fáceis de localizar automóveis estacionados no corredor. Conforme alegam os motoristas, a maior causa do estacionamento irregular é a falta de informação. É o caso de José Fernando Goulart. O aposentado foi abordado por agentes de Trânsito após parar o carro na pista da direita para ir a uma casa lotérica. Ele recebeu um folheto com indicações sobre o espaço correto para o estacionamento e as infrações aplicadas a quem utilizar a estrutura viária inadequadamente.

“Eu vi um monte de carros estacionados normalmente e estacionei também, nem sabia dessa proibição, não tem nenhuma placa sinalizando. Aí eles [agentes de Trânsito] vieram aqui e me falaram que eu podia estacionar só aqui deste lado, me explicaram e entregaram esse panfleto. Agora eu já sei que se eu tiver que vir à lotérica não posso mais parar aqui”, relata Goulart.

Reclamações pontuais
Proprietário de uma ferragem localizada na avenida Duque de Caxias, Volnei Brandão alega que a implementação do corredor não faz sentido para o bairro Fragata. De acordo com ele, além de ter sido criado em um momento no qual os ônibus demoram muito para circular, a medida ainda atrapalhou os comércios locais. “Na época em que passavam ônibus de cinco em cinco minutos, nunca se cogitou corredor. Agora que passa de meia em meia hora, às vezes só de hora em hora, eles fazem. Tiraram o estacionamento dos comércios, aí fizeram aquele espaço lá em cima, mas é um estacionamento de saída. Uma pessoa que vai vir em um comércio como esse aqui, vem lá do bairro e precisa andar mais duas, três quadras para fazer o retorno e entrar no local. Acaba que as pessoas vão direto no Centro. É inviável”, reclama.

Outra crítica do comerciante é em razão da distância entre os locais para carga e descarga. “A nossa quadra, que é tomada de comércio, não tem um local para carga e descarga. Tem um somente a mais de uma quadra pra frente e outro a uma quadra pra trás. Aí tem que trazer os produtos a pé até aqui”, afirma.
Nos chamados bolsões de estacionamento, situados no canteiro central da avenida, é permitido o estacionamento apenas de veículos leves. De acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), existem 17 locais exclusivos para atividades com volumes ao longo da Duque de Caxias, entre os dois sentidos, distribuídos por quadras. As estruturas oferecem um número de vagas superior ao que era comportado junto ao meio-fio das calçadas.

Segundo o secretário de Transporte e Trânsito, Flávio Al-Alam, o objetivo da exclusividade de uso do corredor, pelo transporte coletivo, é trazer mais conforto aos usuários e agilidade para os ônibus ao longo do trajeto. “Além disso, a criação do corredor colaborou para organização, embelezamento e aproveitamento do canteiro central da avenida”, afirma.

Trabalho educativo é fundamental
Os agentes que abordaram o aposentado José Fernando Goulart estão realizando, até o final desta semana, um trabalho educativo para orientar os condutores sobre as novas regras de tráfego na avenida. A ação é chamada pelo Poder Público Operação Duque de Caxias.

Quando chegam informações à Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) sobre estacionamento irregular, imediatamente a Central comunica aos agentes já posicionados na avenida, que vão ao local específico para orientar o condutor. Se o motorista não for localizado por telefone, cujo contato é identificado pela consulta feita à placa, um folder explicativo é fixado no veículo, para que a irregularidade seja corrigida.

A partir da semana que vem, os motoristas que descumprirem a legislação estarão cometendo infração de trânsito, estando já sujeitos a multas e guincho. A parada de veículos no corredor é permitida apenas para embarque e desembarque de passageiros.